A mala Ownever 2157
Quando o design se torna num manifesto
Na Ownever acreditamos que a moda não deve viver apenas da aparência. Deve ter voz, memória, e sobretudo, responsabilidade. A mala 2157 nasceu deste princípio: ser mais do que um acessório de luxo; ser um manifesto silencioso, mas poderoso, sobre uma das maiores injustiças do nosso tempo - a desigualdade de género e salarial.
Num mundo onde o ritmo das tendências se mede em segundos, a 2157 lembra-nos que algumas mudanças demoram séculos. Literalmente.
O que significa 2157?
O número que dá nome a esta peça não é aleatório. Foi retirado de um dado inquietante publicado pelo Fórum Económico Mundial (World Economic Forum): que alerta que ao ritmo atual, a igualdade salarial entre mulheres e homens só será atingida no ano de 2157.
Se o luxo é intemporal, esta projeção é inaceitavelmente eterna. Esperar mais de cem anos para que mulheres recebam o mesmo que homens pelo mesmo trabalho é um retrato cruel de um mundo que insiste em atrasar-se.
A mala 2157 é, assim, um lembrete e uma provocação. Um convite a não aceitarmos a data como destino, mas a anteciparmos a mudança.
Entre o artesanato e o ativismo
A Ownever nasceu com a missão de dar palco a mestres artesãos portugueses, muitas vezes os últimos guardiões de ofícios quase extintos. Cada mala é um testemunho do saber-fazer transmitido de geração em geração.
A 2157 respeita essa herança, mas acrescenta-lhe um significado novo: o artesanato português como veículo de transformação social.
Portugal é um país de bordadeiras, cortadores de pele, mestres de costura manual - profissões onde muitas vezes as mulheres foram protagonistas silenciosas, mal reconhecidas, e, por vezes, mal remuneradas. A 2157 homenageia esse legado.
Reconhecimento internacional
O simbolismo e o design da mala 2157 já foram distinguidos em palcos internacionais de design e criatividade.
Entre os prémios conquistados estão:
- Lusófonos da Criatividade, onde foi celebrada como peça que alia tradição e contemporaneidade;
- Creativepool Awards, em Londres, onde foi reconhecida não só pela estética, mas pela força da sua mensagem de igualdade.
Estes prémios não são meros troféus. São a confirmação de que o design pode ser um manifesto político e social. Que uma mala pode carregar mais do que objetos: pode carregar uma causa.
Igualdade de género é mais do que salários
A 2157 não fala apenas de salários. Fala de igualdade de oportunidades.
Segundo a ONU Women, as mulheres ainda realizam, em média, 2,5 vezes mais trabalho doméstico e de cuidados não remunerados do que os homens. Isso significa menos tempo para a sua carreira, menos visibilidade, menos oportunidades.
Segundo a Comissão Europeia, a diferença salarial média na União Europeia é de 12,7%. Pode parecer um número pequeno, mas traduz-se numa vida inteira de desigualdade económica.
Carregar a mala 2157 é lembrar que a desigualdade é estrutural - e que só será ultrapassada se for continuamente denunciada e combatida.
Uma visão pessoal: não esperar por 2157
Não podemos encarar a data como inevitável. O número que batiza a mala deve servir de provocação. Uma espécie de "data-limite moral".
Deixar que a igualdade só chegue em 2157 seria aceitar que as nossas filhas, netas e bisnetas continuem a enfrentar os mesmos obstáculos que tantas mulheres enfrentaram antes.
A 2157 propõe algo diferente: antecipar o futuro. Tornar a igualdade não um horizonte longínquo, mas uma conquista do presente.
O design como símbolo
O design da 2157 foi pensado como um jogo entre força e subtileza.
- Linhas firmes, que evocam determinação.
- Detalhes precisos, que remetem para a minúcia do trabalho artesanal.
- Luxo responsável, que prova que sofisticação não precisa de desperdício nem de exploração.
É uma mala para quem sabe que vestir-se é também posicionar-se.
Ownever significa luxo sustentável com consciência
Na Ownever recusamos o efémero. Trabalhamos com pele de luxo, incluindo pele reaproveitada de casas de moda de luxo internacionais, evitando desperdício e dando uma segunda vida a materiais que, de outro modo, seriam descartados.
A 2157 inscreve-se nesta filosofia: slow fashion, artesanato e um compromisso ético com o planeta e com a sociedade.
Aqui, a sustentabilidade não é marketing. É legado.
Histórias que inspiram
Quando criámos a 2157, lembrámo-nos de histórias de mulheres que desafiaram o impossível:
- Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em Portugal (1911), que abriu caminho para muitas.
- Rosa Parks, nos EUA, cujo ato de recusa mudou a história dos direitos civis.
- As bordadeiras da Madeira, que durante séculos trabalharam em silêncio para vestir casas aristocráticas por toda a Europa, mas raramente tiveram reconhecimento proporcional ao seu talento.
A 2157 é também uma homenagem a estas mulheres - e a todas as que continuam a lutar, nas suas profissões e vidas diárias, pela igualdade.
Quando a moda encontra os relatórios
A mala 2157 nasceu inspirada por relatórios sérios, como o Global Gender Gap Report do Fórum Económico Mundial. Não foi fruto de intuição ou tendência, mas de dados concretos.
E é precisamente esse choque entre estatística fria e luxo emocional que dá força à peça.
Se um relatório nos diz que só em 2157 haverá igualdade, a mala Ownever 2157 responde: não aceitamos.
Um acessório intemporal mas uma causa urgente
A moda tem o poder de imortalizar símbolos. Tal como certas cores ou cortes ficaram associados a movimentos sociais ao longo da história, acreditamos que a mala portuguesa 2157 pode ser recordada como a mala que se recusou a esperar.
Porque o verdadeiro luxo não é apenas possuir. É tomar posição.
Palavras finais para carregar o futuro
A 2157 é uma mala rara. Não apenas pela sua qualidade artesanal, nem pelo número limitado de peças, mas porque carrega uma narrativa que a ultrapassa.
Ao usá-la, não se transportam apenas objetos. Transporta-se um ideal. Uma promessa de que o ano 2157 ficará apenas como um símbolo, e não como destino.
Na Ownever acreditamos que o futuro pode - e deve - ser antecipado. A 2157 é o nosso contributo para que a igualdade deixe de ser uma projeção longínqua, e se torne um presente vivido.